O que é o Custo Total de Propriedade (TCO)
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Por Tec Mobile Tempo de Leitura: 9 minutos

 

O Custo Total de Propriedade (TCO) é uma ferramenta fundamental para avaliar e antecipar todos os custos envolvidos na compra, uso e manutenção de um ativo durante toda a sua vida útil.

Ignorar o TCO pode resultar em despesas inesperadas e custos ocultos que afetam negativamente os resultados da empresa.

Neste guia, vamos explorar o conceito de TCO, suas principais componentes e como utilizá-lo de forma estratégica para reduzir gastos e maximizar o retorno sobre investimento (ROI).

Definição de TCO e sua importância para as empresas

O Custo Total de Propriedade (TCO) vai além do preço de compra de um produto ou serviço, abrangendo também os gastos com operação, manutenção e descarte.

Empresas que se concentram apenas no custo inicial correm o risco de enfrentar despesas indiretas, como problemas operacionais e reparos inesperados.

Com o TCO, é possível obter uma visão completa dos custos reais, permitindo tomadas de decisões financeiras mais assertivas.

Diante dos recentes desafios econômicos globais, especialmente em 2020 e 2021, o TCO ganhou ainda mais relevância.

As empresas estão buscando maneiras de reduzir custos sem comprometer a qualidade ou a eficiência. Muitas optam por alugar equipamentos, em vez de comprá-los, para diminuir o TCO e manter o foco nos negócios principais.

Por que entender o TCO é crucial para a gestão financeira?

Compreender o TCO permite que as empresas planejem seus investimentos de forma mais eficiente, evitando decisões baseadas apenas em custos superficiais.

Um exemplo prático são as grandes transportadoras no Brasil, que utilizam o cálculo do TCO para determinar o momento ideal de substituir suas frotas, levando em conta não só o preço de compra, mas também as despesas com manutenção, combustível e depreciação. Isso previne interrupções nas operações e melhora a competitividade.

No setor de TI, o TCO é essencial para a escolha de tecnologias que sustentem o crescimento da empresa a longo prazo.

Tomar decisões baseadas apenas no custo de aquisição de software ou hardware pode trazer custos ocultos, afetando a produtividade e aumentando o tempo de inatividade.

Segundo a Gartner, até 80% dos custos de TI surgem após a compra inicial, abrangendo manutenção, suporte técnico e outros custos operacionais.

Essa realidade reforça a importância de usar o TCO no planejamento, pois focar apenas nos preços de compra faz com que as empresas subestimem os custos reais ao longo do ciclo de vida dos ativos.

Esse método ajuda a identificar e reduzir custos ocultos, e em certos casos, possibilita uma redução de até 30% nas despesas com TI ao longo dos anos ​(NoTouch; Amazon Web Services, Inc.).

Além disso, relatórios da AWS também mostram que, ao adotar práticas de otimização de infraestrutura, muitas empresas conseguem cortar seus custos totais de propriedade em até 33%, especialmente ao utilizarem ferramentas de monitoramento de recursos e ajustes de capacidade para evitar desperdícios (Amazon Web Services, Inc.).

Componentes do Custo Total de Propriedade

Para compreender o TCO de forma abrangente, é necessário dividir seus principais componentes.

Isso envolve analisar todas as etapas de um investimento, desde a compra inicial até o fim da vida útil do ativo. Abaixo estão os detalhes.

Custo inicial de aquisição

Esse é o custo mais evidente: o valor pago pelo ativo. Entretanto, optar por um equipamento mais barato pode resultar em gastos maiores no longo prazo, devido à manutenção ou problemas operacionais.

Além disso, na negociação do custo inicial, podem surgir despesas que, à primeira vista, não são consideradas.

No setor de TI, por exemplo, a compra de um software pode incluir custos de instalação, adaptação e treinamento, que devem ser levados em conta durante a aquisição. Empresas que não consideram esses fatores podem acabar subestimando seu TCO.

Custos operacionais e de manutenção

Os custos operacionais abrangem tudo o que é necessário para manter o ativo em funcionamento, como energia, mão de obra e manutenção. Em setores como o de logística, a manutenção preventiva de frotas é crucial para reduzir o TCO.

No setor de TI, esses custos podem incluir o pagamento de licenças de software, atualizações de segurança e suporte técnico. A falta de planejamento para essas despesas pode resultar em sistemas desatualizados, mais suscetíveis a falhas e ataques cibernéticos, elevando o TCO.

Custos indiretos e ocultos

Custos indiretos e ocultos são frequentemente esquecidos, mas podem representar uma parte significativa do TCO.

Eles incluem despesas como o tempo de inatividade por falhas, treinamento para operar novas tecnologias, queda na produtividade durante a adaptação e os impactos da obsolescência tecnológica.

Empresas que ignoram esses custos podem subestimar o verdadeiro impacto financeiro de um ativo.

Por exemplo, no setor industrial, a falha de um equipamento crítico pode interromper a produção por horas ou até dias, afetando diretamente as metas de entrega e, por consequência, a receita da empresa.

Além disso, peças de reposição e reparos emergenciais costumam ser mais caros do que a manutenção preventiva, o que aumenta o TCO.

Calculando o TCO de Equipamentos e Tecnologias

O cálculo do TCO pode variar de acordo com o tipo de ativo, mas há métodos e ferramentas específicas que facilitam esse processo. Veja mais detalhes a seguir.

Métodos comuns de cálculo do TCO

Os métodos mais utilizados incluem:

  • Cálculo por ciclo de vida: Este método considera os custos desde a aquisição até o descarte do ativo. É amplamente utilizado em setores onde a durabilidade dos equipamentos é fundamental, como na construção civil e na indústria automobilística.
  • Fluxo de caixa descontado: Ajusta os valores futuros ao seu valor presente, proporcionando uma análise financeira mais precisa. Esse método é comumente utilizado por grandes empresas para planejar investimentos de longo prazo, onde receitas e despesas futuras precisam ser consideradas.
  • Análise de custo-benefício: Este método permite que as empresas comparem o TCO de diferentes opções e escolham a que proporcionará o melhor retorno financeiro. É amplamente aplicado no setor de TI, especialmente para decisões relacionadas à migração para a nuvem, onde o TCO de servidores físicos pode ser comparado com soluções em cloud.

Ferramentas e software para calcular o TCO

Atualmente, há uma grande variedade de ferramentas disponíveis para calcular o TCO, como softwares de gestão de ativos que monitoram o desempenho dos equipamentos em tempo real.

Essas soluções podem prever falhas e sugerir manutenções, ajudando a otimizar custos e garantir a longevidade dos ativos.

No Brasil, diversas empresas estão adotando sistemas de Enterprise Resource Planning (ERP), que integram dados financeiros, operacionais e de manutenção, facilitando a análise do TCO.

Essas ferramentas não apenas reduzem a necessidade de controles manuais, mas também geram relatórios detalhados sobre o desempenho dos ativos e suas implicações financeiras.

TCO em Diferentes Setores

O conceito de TCO é aplicado de maneira específica em cada setor da economia. A seguir, vamos explorar três áreas onde o TCO é amplamente utilizado: TI, maquinário industrial e transporte.

Análise comparativa do TCO em TI, maquinário industrial e transporte

No setor de TI, o Custo Total de Propriedade inclui vários componentes, como licenças de software, atualizações periódicas, suporte técnico, além dos custos com infraestrutura de hardware e software.

Para muitas empresas, o principal desafio é prever e gerenciar esses custos ao longo do ciclo de vida dos ativos.

No setor de transporte, o TCO é impactado por despesas com combustível, manutenção de veículos e depreciação, sendo um fator crucial para as empresas logísticas no Brasil que operam grandes frotas.

Já no setor de maquinário industrial, a prioridade é a manutenção preventiva, a fim de evitar falhas onerosas.

Além disso, em setores como o agronegócio, o TCO de máquinas agrícolas pode variar bastante dependendo da tecnologia utilizada.

Equipamentos mais modernos costumam exigir um investimento inicial mais alto, mas sua durabilidade e menor demanda por manutenção podem resultar em um TCO mais baixo a longo prazo.

Estudo das variações de TCO por indústria

As variações no TCO podem ser observadas não apenas entre diferentes setores, mas também dentro de uma mesma indústria.

Por exemplo, uma empresa de manufatura pode ter altos custos de manutenção com máquinas mais antigas, enquanto outra, que utiliza tecnologias mais recentes, pode apresentar um TCO menor, mesmo tendo investido mais inicialmente.

Essas variações também estão ligadas à localização geográfica e às regulamentações locais. Em países onde a mão de obra qualificada é mais cara, os custos de manutenção podem ser mais altos, impactando diretamente o TCO.

Em mercados emergentes, como o Brasil, a obsolescência tecnológica e os custos de importação de peças podem elevar o TCO de equipamentos industriais.

Redução do TCO

Reduzir o TCO é uma meta essencial para muitas empresas, e isso pode ser alcançado através de diversas estratégias eficazes.

Estratégias para reduzir o TCO

Algumas estratégias comprovadas para diminuir o TCO incluem:

  • Manutenção preventiva: Ao realizar manutenções regulares, as empresas conseguem evitar falhas caras e prolongar a vida útil de seus ativos. No setor de transporte, por exemplo, a manutenção preventiva de caminhões pode aumentar sua durabilidade em até 50%, reduzindo significativamente o TCO.
  • Uso eficiente de energia: Investir em equipamentos energeticamente eficientes reduz os custos operacionais ao longo do tempo. Em setores como a construção civil, o uso de maquinário com baixo consumo de energia pode reduzir as despesas operacionais em até 20%.
  • Atualizações tecnológicas: A adoção de novas tecnologias pode aumentar a produtividade e reduzir os custos com a manutenção de sistemas obsoletos. A migração para a nuvem, por exemplo, tem sido uma estratégia eficaz para empresas que desejam diminuir seus custos de infraestrutura e aumentar a flexibilidade operacional.

Benefícios de uma Boa Gestão de TCO

Gerir o TCO de maneira eficiente traz benefícios diretos para a saúde financeira e operacional da empresa.

Impacto no retorno sobre investimento (ROI)

Uma gestão eficaz do TCO resulta em um aumento no ROI, pois a empresa passa a ter uma visão clara de seus custos de longo prazo, evitando despesas desnecessárias e maximizando o retorno dos investimentos.

Ao levar em consideração todos os custos relacionados a um ativo, a empresa consegue identificar áreas de melhoria, eliminando gastos excessivos e alocando recursos de forma mais eficiente.

Por exemplo, uma empresa de tecnologia que utiliza o TCO como métrica para gerenciar seu parque tecnológico pode prever quando será necessário atualizar seus sistemas, evitando despesas emergenciais com suporte técnico e falhas operacionais.

Isso impacta diretamente o ROI, já que um planejamento adequado evita gastos inesperados e assegura a continuidade das operações.

Benefícios a longo prazo para a saúde financeira da empresa

Além de melhorar o ROI, a redução do TCO gera benefícios a longo prazo, como maior previsibilidade orçamentária e a possibilidade de reinvestir em áreas estratégicas da empresa.

Empresas que conseguem manter o TCO baixo estão em uma posição melhor para competir no mercado e se adaptar a mudanças econômicas.

A gestão eficiente do TCO também contribui para a saúde financeira, permitindo que a empresa mantenha seus ativos atualizados e produtivos por mais tempo.

Isso evita a necessidade de compras frequentes e assegura que o capital de gir